I Samuel
I e II Samuel
Chave: Reino
Comentário:
Os livros de Samuel relatam o período de transição da teocracia para a monarquia, e o estabelecimento desta. A história começa nos dias finais dos juízes e nos deixa com o velho Davi firmemente entronizado como rei de Israel e de Judá. Samuel e Saul são os outros dois grandes personagens do livro.
Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Homem de profunda piedade e dircenimento espiritual, dedicava-se totalmente à realização dos propósitos de Deus para o bem de Israel. Embora não descendesse da linha genealógica de Arão, sucedeu a Eli no cargo sacerdotal. Ao que parece, foi o primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que desejavam abraçar a vocação profética. Viu-se na contingência de guiar a Israel em algumas das mais profundas crises de sua história; no desempenho de suas funções quase alcança a estatura de Moisés. Embora não tivesse ambições pessoais, achou-se no papel de "fazedor de reis", comissionado para ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o maior dos reis de Israel.
Saul, o monarca, é um personagem enigmático. Era homem de extraordinária coragem, contudo lhe faltava a perseverança, ingrediente essencial para a grandeza. A inconstância de seu temperamente empanou todas as suas relações pessoais, e um medo mórbido de que surgissem possíveis rivais embargou-lhe a mente e afetou seu raciocínio. De origem humilde, foi chamado a desempenhar a função mais elevaqda da nação. Finalmente, sem haver alcançado o êxito que lhe desse direito de ser sepultado em um túmulo real, seus ossos foram devolvidos à sua terra de origem.
Davi é um dos grandes personagens da história bíblica. Como Saul, procedia de família humilde, mas era dotado de atributos de ordem superior. Era homem com dotes de comando, capaz de conseguir e manter a lealdade de seus subordinados. Alguns de seus servos mais fiéis provinham de lugares situados fora de Judá e de Israel. Itai, por exemplo, era oriundo de Gate. Davi era administrador prudente e podia julgar com acerto a natureza humana. Sua capacidade de tomar decisões rápidas fica bem demonstrada por sua solução do delicado problema que surgiu com respeito a Melfibosete(II Samuel 19:24 e outros). Era poeta altamente inspirados; suas canções de louvor enriqueceram a adoração, primeiro do templo, e depois da igreja cristã. Pensaríamos que o elevar-se a tão grande altura e a um custo tão alto lhe houvessem dado forças para vencer a tentação. Todavia, seu poder de resistência não era maior do que o dos outros mortais. Mesmo levando-se em consideração a época em que viveu, devemos admitir que apesar de suas fraquezas, percebeu claramente os propósitos de Deus para seu povo, e previu a vinda do Rei messiânico, a quem ele, em sua vida, representou de modo imperfeito.
Os livros de Samuel proporcionam-nos um capítulo indispensável nos anais do trato de Deus com seu povo Israel, e sua preservação e preparação para seus duplos fins: serem depositários dos oráculos de Deus e trazerem à luz, no seu devido tempo, "o mais importante Filho do grande Davi".
AUTOR
Em nenhuma parte se nos diz quem escreveu estes livros. A declaração constante de I Crônicas 29:29 sugere-nos de modo vigoroso que Samuel escreveu de co-autoria com Natã e Gade.
Fonte:
_
W. J. Martin
Doutor em Filosofia e Letras
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O Livro de Rute
O Livro de Rute
Rute e Boaz |
O livro de Rute mostra a direção providencial de Deus na vida de uma família israelita. Rute era nora de Noemi, mas devido à morte de Elimeleque e de seus dois filhos em terra estrangeira, correm perigo o nome e a herança desta família. Contudo, a situação extrema do homem é a oportunidade de Deus.
Por força da conduta de um parente que, inspirado por nobres ideais, cumpre suas obrigações, a linha hereditária permanece inalterada. A união de Boaz, o hebreu, e Rute, a moabita, converte-se no meio pelo qual Deus cumpre seu misericordioso propósito.
Com relação à mensagem toda das Escrituras Sagradas, o livro nos proporciona uma perspectiva da história do Natal e dos acontecimentos do Pentecoste.
A genealogia culmina no rei teocrático Davi, a cuja linha genealógica é prometido o advento do Messias. Isto, ocorre com a inclusão de uma mulher de descendência moabita, mediante a qual se abre diante de nossos olhos a perspectiva pentecostal do significado universal do Messias: não é somente o Salvador de Israel, mas da raça humana.
Livro de Levítico
Livro de Levítico
O Livro de Levítico faz referência aos
levitas e tem como palavra-chave Santidade.
Conforme diz o nome, Levítico, o
terceiro livro de Moisés ressalta a função dos sacerdotes de Israel, membros da
tribo de Levi aos quais Deus escolheu para prestar serviços em seu santuário (Deuteronômio
10:8).
Muitos crentes pensam que o Levítico é
uma espécie de manual técnico que orientava os antigos sacerdotes nos
pormenores das cerimônias que o povo de Deus já deixou de observar. Contudo,
devemos afirmar que sua mensagem estava dirigida originariamente a todos os
crentes (Levítico 1:2), e suas verdades continuam sendo de principal
significado para o povo de Deus, visto que o Levítico constitui a primeira
revelação pormenorizada do tema vivo do Grande Livro em geral, isto é, a
revelação da forma mediante a qual Deus restaura o homem perdido.
Tanto a atividade redentora de Deus
como a conduta do homem que se apropria de tal redenção se acham resumidas no
versículo-chave, que diz: "Ser-me-eis
santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes
meus "(20:26).
A fim de realizar a salvação e
restaurar o homem ao seio de seu Criador, é preciso prover um meio de acesso a
Deus.
A primeira metade do Levítico
(capítulos 1 a 16) apresenta-nos, assim, uma série de medidas de caráter
religioso que representam a forma mediante a qual Deus redime os perdidos,
separando-os de seus pecados e suas consequências.
Os diversos sacrifícios (capítulos 1 a
7) eram figuras, por assim dizer, da morte de Cristo no Calvário, onde aquele
que não tinha pecados sofria a ira de Deus em nosso lugar, para que pudéssemos
ser salvos de nossa culpa (II Coríntios 5:21; Marcos 10:45). Os sacerdotes
levíticos (capítulos 8 a 10), prefiguravam o serviço fiel de Cristo ao efetuar
a reconciliação pelos pecados do povo (Hebreus 2:17).
As leis da limpeza e purificação
(capítulos 11-15) deviam constituir-se em lembranças perpétuas do
arrependimento e da separação da impureza, que deve caracterizar os redimidos
(Lucas 13:5), enquanto o dia culminante do culto de expiação (capítulo 16)
proclamava o perdão de Deus para os que se humilhassem mediante uma entrega
fiel a Cristo, o qual proporcionaria acesso ao próprio céu (Hebreus 9:24).
Mas a salvação não é apenas separação
do mal: abrange uma união positiva ao que é bom, justo. De modo que a segunda
metade do Levítico (capítulos 17-27) apresenta uma série de padrões práticos do
que o homem deve aceitar a fim de viver uma vida santa. Esta conduta prática
inclui expressões de devoção em assuntos cerimoniais (capítulo 17), na adoração
(capítulos 23 a 25), mas giram em torno de assuntos de conduta diária do amor
sincero a Deus, e citando desta parte do Levítico: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (19:18).
Em sua forma, Levítico existe
principalmente como legislação expressa por Deus: "Chamou o Senhor a Moisés e... disse: Fala aos filhos de Israel, e
dize-lhes..."(1:1-2), As duas narrativas históricas (capítulos 8 a 10
e 24:10-22) servem-nos de pano de fundo para assuntos de caráter legislativo: e
a única variante em sua forma, o sermão final de exortação de Moisés (capítulo
26), é seguido de um apêndice de leis que regulam matérias que em si mesmas não
são obrigatórias (capítulo 27).
Em mais de 50 pontos em seus 27
capítulos, o Levítico afirma ser palavra de Moisés dirigida por Deus. O Novo
Testamento também cita o livro ao dizer: "Ora, Moisés
escreveu..."(Romanos 10:5). Os críticos que relegam o Levítico a um
milênio depois de Moisés, fazem-no a expensas da integridade da evidência
bíblica. As Sagradas Escrituras descrevem o Levítico como livro dado a Israel
pouco depois que os israelitas foram adotados como o povo da aliança de Deus
(Êxodo 19:5). Fora-lhes dada a lei moral básica, o Decálogo (Êxodo 29:43;
40:34).
A seguir, vem o Levítico, segundo Deus
o havia prometido (Êxodo 25:22), como guia para a conduta e para a adoração.
Sua legislação e seus acontecimentos abrangem tão-somente algumas semanas de
tempo, desde o levantamento do tabernáculo por parte de Moisés (Êxodo20:17),
até à partida de Israel do monte Sinai, menos de dois meses depois (Números
10:11), no mês de maio de 1445 a.C., segundo datas fixadas pela maioria dos
exegetas evangélicos.
Fonte:
J.
Barton Payne
Doutor
em Teologia
O Livro de Êxodo
Êxodo
O Livro
de Êxodo fala de redenção, a própria palavra Êxodo quer dizer saída.
Assim como Gênesis é o livro dos
começos, Êxodo é o livro da redenção. O livramento dos israelitas oprimidos do
Egito é tipo de toda a redenção. (I Coríntios 10:11).
A severidade da escravidão no
Egito (tipo do mundo) e Faraó (um tipo de Satanás) Exigiam por assim dizer, a
preparação do libertador Moisés (2:1-4:31), um tipo de Cristo.
A luta com o opressor (5:1-11:10)
culmina com a partida (grego, êxodo ou saída) dos hebreus do Egito. São remidos
pelo sangue do cordeiro pascoal (12:1-28) e pelo poder de Deus manifestado na
travessia do mar Vermelho (13:1-14:31).
A experiência da redenção,
festejada mediante o cântico triunfal dos redimidos (15:1-21), é seguida pela
prova que têm de enfrentar no deserto (15:22-18:27).
No monte Sinai a nação redimida
aceita a lei (19:1-31:18). O não depender da graça conduz a infração e à
condenação (32:1-34:35). Contudo, triunfa a graça de Deus ao ser dado ao povo o
tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios, mediante os quais o povo redimido
podia adorar o Redentor e ter comunhão com ele (36:1-40:38).
Embora o livro de Êxodo não
declare em nenhum lugar que Moisés fosse seu autor, toda a lei abrangida pelo
Pentatêuco, que compreende principalmente a parte que se estende desde Êxodo 20
e atravessa o livro de Deuteronômio, declara mediante termos positivos e
explícitos seu caráter mosáico.
Afirma-se que Moisés é o escritor
do livro do pacto (capítulos 20 a 23) que abrange os dez mandamentos bem como os
juízos e as ordenanças que os acompanham (24:4, 7). Afirma-se que o assim
chamado código sacerdotal, que se ocupa do ritual do tabernáculo e do
sacerdócio que figura no restante do livro do Êxodo (exceto os capítulos 32 a
34), foram dados diretamente por Deus a Moisés (25:1, 23, 31; 26:1, e assim por
diante).
O levantamento do tabernáculo
apresenta-se como um trabalho "segundo o Senhor havia
ordenado..."Tanto esta terminologia como outras semelhantes aparecem
muitas vezes nos capítulos 39 e 40.
A paternidade literária mosaica é
igualmente ressaltada numa destacada seção narrativa: a vitória de Israel sobre
Amaleque (17:4). Em uma referência tomada do capítulo 3 do Êxodo, o Senhor
Jesus denomina o Pentateuco em geral e o Êxodo em particular, "o livro de Moisés"
(Marcos 12:26).
A atual exegese conservadora, bem
como a tradição, sempre afirmaram que Moisés é o autor. As teorias de alguns
críticos não nos oferecem substitutivo adequado para a autenticidade mosaica.
Fonte:
Merrill F. Unger , Doutor em Filosofia e Letras
O Livro de Gênesis
O
Livro de Gênesis
O Livro de Gênesis é o primeiro livro
da Bíblia. Gênesis vem do grego genesis,
que significa origem. A palavra chave deste livro é princípio, porque
conta o princípio de tudo. “No princípio criou
Deus os céus e a terra.” (Gênesis 1.1)
Para se compreender o Livro de Gênesis
é necessário considerá-lo no seu dinamismo, lembrando que este livro é um
grande conjunto que conta como Deus, no meio das nações, forma para si um povo
sobre a terra para dar testemunho dele.
Este livro é um trabalho literário que
se prolongou durante várias gerações.
Gênesis pode ser descrito com exatidão como o
livro dos inícios. Pode ser dividido em duas porções principais. A primeira
parte diz respeito à história da humanidade primitiva (caps. 1-11).
A segunda parte trata da história do
povo específico que Deus escolheu como o Seu próprio (caps.12-50), para si.
O autor apresenta o material de forma
extremamente simples. Oferece dez "histórias que podem ser prontamente
percebidas segundo o esboço do livro. Algumas dessas histórias são breves e
muito condensadas, no entanto, ajudam a completar o conteúdo.
É bem possível que o autor do livro tenha
empregado fontes informativas, orais e escritas, pois seus relatos remontam à
história mais primitiva da raça humana. Embora muito se tenha escrito sobre o
assunto das possíveis fontes literárias do livro de Gênesis, há muitas objeções
válidas que nos impedem de aceitar os resultados da análise destas
"fontes".
O livro de Gênesis mostra, por todas
as suas páginas, a desmerecida graça de Deus. Por ocasião da criação do mundo,
a graça se exibe na maravilhosa provisão preparada por Deus para as Suas
Criaturas. “E viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom.” (Gênesis 1.31a)
Na
criação do homem, a graça de Deus se manifesta no fato que ao homem foi
concedida até mesmo a semelhança com Deus. “E
disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine
ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos,
e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.Criou,
pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou.” (Gênesis 1.26 e 27)
A Graça de Deus se evidencia até mesmo
no dilúvio. “Disse também Deus a Noé, e a
seus filhos com ele: Eis que eu estabeleço o meu pacto convosco e com a vossa
descendência depois de vós,e com todo ser vivente que convosco está: com as
aves, com o gado e com todo animal da terra; com todos os que saíram da arca,
sim, com todo animal da terra.Sim, estabeleço o meu pacto convosco; não será
mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio; e não haverá mais dilúvio,
para destruir a terra.” (Gênesis 9.8-11)
Abraão foi escolhido, não por
merecimento, mas antes, devido ao fato de Deus ser cheio de graça. Em todos os
seus contatos com os patriarcas. Deus exibe grande misericórdia: sempre recebem
muito mais favor do que qualquer deles poderia ter merecido. “Então o anjo do Senhor bradou a
Abraão pela segunda vez desde o céu, e disse: Por mim mesmo jurei, diz o
Senhor, porquanto fizeste isto, e não me negaste teu filho, o teu único
filho,que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua
descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar;
e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência
serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.”
(Gênesis 22.15-18)
Há uma outra importante característica
do livro de Gênesis que não se pode esquecer, a saber, o modo satisfatório pelo
qual responde nossas perguntas sobre as origens. O homem sempre haverá de
querer saber como o mundo veio à existência. Além disso, sente bem dolorosamente
o fato de que alguma grande desordem caiu sobre o mundo, e gostaria de saber
qual a sua natureza; ou seja, preocupa-se em saber como o pecado e todas as
suas tremendas consequências sobrevieram.
E, finalmente, o homem precisa saber
se existe alguma esperança básica e certa de redenção para este mundo e seus
habitantes de que consiste essa esperança, e como veio a ser posse do homem. “Porei inimizade entre ti e a mulher, e
entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3.15) Jesus é a semente da mulher que pisa
na cabeça da serpente. A salvação em Jesus Cristo já nos estava sendo oferecida
no começo de Gênesis.
Quanto à autoria, ninguém pode afirmar
com absoluta certeza que sabe quem escreveu o livro de Gênesis. Visto que
Gênesis é o alicerce necessário para os escritos de Êxodo a Deuteronômio, e
visto que a evidência disponível indica que Moisés escreveu esses quatro
livros, é provável que Moisés tenha sido o autor do próprio livro de Gênesis. A
evidência apresentada pelo Novo Testamento contribui para essa posição (cfe.
especialmente João 5:46-47); Lucas 16:31; 24:44). Na tradição da Igreja, o
livro de Gênesis tem sido comumente designado como Primeiro Livro de Moisés.
Nenhuma evidência em contrário tem sido capaz de invalidar essa tradição.
Referências:
Holman
Study Bible, publicada pela A. J. Holman Co. de Philadelphia, Pa (EUA), cfe. A
Bíblia Vida Nova, S.R. Edições Vida Nova, São Paulo, Brasil, 1980.
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