E se você fosse... a ovelha perdida?

E se você fosse... a ovelha perdida?


Uma ovelha, eu?! É, todos nós somos. Jesus é o bom pastor "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” (João 10.11)
            Certa vez, Jesus contou a história da ovelha que se perdeu.
"Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la?
E quando a encontra, coloca-a alegremente nos ombros e vai para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: 'Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida'.
Eu digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se.” (Lucas 15.4-7)
A ovelha perdida é aquela distraída que acaba se desgarrando do rebanho.
Muitas coisas fazem uma ovelha se desgarrar. Ela pode se desgarrar porque se distraiu olhando alguma coisa (uma borboleta, talvez) ou porque era fraca e não conseguiu acompanhar o ritmo das outras. Ou quem sabe caiu e ninguém veio ajudá-la a se levantar?
O problema é que quando uma ovelha se perde, ela acaba se machucando ou se machucando mais ainda do que já estava.
Então ela fica ali, quietinha, esperando que seu pastor volte para buscá-la. Isso porque ela não tem força ou não sabe reencontrar o caminho de volta.
Mas eu tenho uma boa notícia para você: Jesus não esqueceu de você. Ele é seu Bom Pastor. Ele deu a Sua vida por você. Lembre-se que o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Ele está pronto para te resgatar e te colocar nos ombros. E ele vai fazer uma festa quando isso acontecer.
Então, se você fosse a ovelha perdida eu te diria para dar um “Méeee”, mesmo que seja baixinho, para mostrar para o seu Bom Pastor que você deseja ser encontrada.


Rose Amaral
Junho de 2014



Convite para o Culto Infantil, convite para o culto das crianças
















E se você fosse... Léia


       E se você fosse... Léia


“Então Jacó disse a Labão: Dá-me minha mulher, porque o tempo já está cumprido; para que eu a tome por mulher. Reuniu, pois, Labão todos os homens do lugar, e fez um banquete.
À tarde tomou a Léia, sua filha e a trouxe a Jacó, que esteve com ela. E Labão deu sua serva Zilpa por serva a Léia, sua filha.
Quando amanheceu, eis que era Léia; pelo que perguntou Jacó a Labão:
_Que é isto que me fizeste? Porventura não te servi em troca de Raquel? Por que, então, me enganaste?” (Gênesis 29.21-25)

Uiiii!  Que mancada, hein? Pense como uma garota planeja o dia do seu casamento. Vestido de noiva, véu, grinalda, buquê, o bolo, os convidados. O dia em que ela vai ser o centro das atenções. O dia dela. Dia dela?! Era o dia da irmã dela!
Eu sei que as irmãs costumam participar bastante do casamento da outra. Elas ajudam a escolher o vestido. Dão palpites na decoração e até organizam o chá de panela, mas isso não inclui dormir com o noivo na noite de núpcias. Ah, isso não mesmo! Em cultura nenhuma. “Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra; não se dá a menor antes da primogênita.” (Gênesis 29.26) OK! Tudo bem. Talvez naquela cultura isso fosse permitido. Ou não, sei lá! Parece traição demais. Se Jacó não podia se casar com Raquel antes de Léia estar casada, tinha que ser avisado primeiro, não acham? Alguém tinha que ter dado um toque nele. Quem sabe ele não tinha dado até uma forcinha pra arranjar um marido pra ela?
Eu não sei que tipo de trato o pai de Léia fez com ela. Eu não sei se ela foi obrigada a tomar o lugar de Raquel. Na cultura daquele tempo as mulheres não costumavam ter muita voz. Não sei se este era o caso daquela família. Muitos anos antes, a tia e sogra dela, Rebeca, foi consultada pelo próprio Labão se deveria acompanhar o servo de Abraão para se casar com Isaque.
 “Disseram o irmão e a mãe da donzela:
_ Fique ela conosco alguns dias, pelo menos dez dias; e depois irá.
Ele, porém, lhes respondeu:
_ Não me detenhas, visto que o Senhor me tem prosperado o caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor.
Disseram-lhe:
_ Chamaremos a donzela, e perguntaremos a ela mesma.
Chamaram, pois, a Rebeca, e lhe perguntaram:
_ Irás tu com este home?
 Respondeu ela:
_ Irei.” (Gênesis 24.55-58)
Talvez elas não fossem tão desconsideradas assim. Eu não sei se Raquel sabia do caso ou se também foi enganada como Jacó. O problema todo é que Léia sabia. Sinceridade num relacionamento é fator totalmente importante.
Você deve estar pensando: “Pobre moça. Ela foi obrigada pelo pai. Quem ia querer um casamento desse tipo? Talvez ela nem gostasse dele também.” Será?
“Ora, saiu Rúben nos dias da ceifa do trigo e achou mandrágoras no campo, e as trouxe a Léia, sua mãe.
Então disse Raquel a Léia:
_ Dá-me, peço, das mandrágoras de teu filho.
Ao que lhe respondeu Léia:
_  É já pouco que me hajas tirado meu marido? Queres tirar também as mandrágoras de meu filho?
Prosseguiu Raquel:
_ Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.
Quando, pois, Jacó veio à tarde do campo, saiu-lhe Léia ao encontro e disse:
_ Hás de estar comigo, porque certamente te aluguei pelas mandrágoras de meu filho.
E com ela deitou-se Jacó aquela noite.” (Gênesis 30.14-16)
É, gente! Ela gostava dele sim. Acho que neste caso estava até faltando um pouco de amor próprio, mas tudo bem. Vamos dar um voto de confiança à Léia. Uma vez estávamos preocupados com a escolha de um tema para um importante trabalho na faculdade e o professor nos disse: “Deixem disso! Escolham qualquer tema e comecem logo o trabalho. É como no casamento, o amor vem com o tempo.”
É claro que ele estava brincando, mas mesmo assim, ficamos horrorizados. Mas este era um pensamento recorrente entre os mais antigos. Não pensem que sou uma delas, viu? Eu não sou tão antiga assim.
Então vamos contar com isso e pensar que Léia só passou a gostar de Jacó depois que já estava casada com ele. Mas sinceramente, tenho minhas dúvidas.
Pensem naquele primo distante que chega de uma terra mais distante ainda e cai de pára-quedas bem na casa dela. Aí você vai pensar: “Meu primo? Que nojo!” Pensamento correto. O ideal é que primos não se casem por causa de problema de formação dos filhos ou doenças recessivas, mas em muitas culturas casamento entre primos são usuais. Na nossa própria cultura este tipo de união é aceitável.  Até certo ponto, é claro! As tias nunca olham com bons olhos!
Voltando ao primo recém-chegado. “Olha que gato!” Ela deve ter pensado. “E ele é forte e cavalheiro!” Olhem o que certamente ela deve ter ouvido falar sobre ele:
“Perguntou-lhes Jacó:
_  Meus irmãos, donde sois?
Responderam eles:
_ Somos de Harã.
Perguntou-lhes mais:
_ Conheceis a Labão, filho de Naor?
 Responderam:
_ Conhecemos.
Perguntou-lhes ainda:
_ Vai ele bem?
Responderam:
_ Vai bem; e eis ali Raquel, sua filha, que vem chegando com as ovelhas.
Disse ele:
_Eis que ainda vai alto o dia; não é hora de se ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide apascentá-las.
Responderam:
_Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e seja removida a pedra da boca do poço; assim é que damos de beber às ovelhas.
Enquanto Jacó ainda lhes falava, chegou Raquel com as ovelhas de seu pai; porquanto era ela quem as apascentava. Quando Jacó viu a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou-se, revolveu a pedra da boca do poço e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.Então Jacó beijou a Raquel e, levantando a voz, chorou.” (Gênesis 24.4-11)
“E ainda é sensível! Acho o máximo rapazes que choram!” Terra chamando Léia!
O problema aqui é que Raquel já tinha visto primeiro. “É meu, ninguém tasca!” É claro que isso não é requisito para que uma menina seja “dona” de um garoto. Mas é uma espécie de acordo entre damas de nossa cultura. OK! Eu sei, tem muita gente desrespeitando esse acordo. Mas o que todas nós esperamos é que seja assim, não é mesmo?
Daí, se o menino não quer, se ele não se mexe, se ele mostra interesse por outra... Tudo bem, está liberado! O problema era que Jacó não estava liberado.
“Jacó, porquanto amava a Raquel, disse:
_ Sete anos te servirei para ter a Raquel, tua filha mais moça.
Respondeu Labão:
_ Melhor é que eu a dê a ti do que a outro; fica comigo.
Assim serviu Jacó sete anos por causa de Raquel; e estes lhe pareciam como poucos dias, pelo muito que a amava.” (Gênesis 29.18-20)
       Gente! O garoto estava apaixonado. Ele trabalhou sete anos de graça pro pai dela e nem viu o tempo passar porque a amava! Que coisa mais fofa!
       Aí está o problema. Garoto apaixonado + Amor correspondido = Garoto indisponível.
       A regrinha é muito simples e não adianta querer tentar novas variantes. Uma pessoa estava sobrando naquela equação e aquela pessoa era a Léia. Ela podia até pensar: “Mas eu sou a mais velha, tenho direito de ...” Procurar outro cara disponível! É o que eu responderia pra ela.
       Ao analisar um casal, muitas meninas pensam. “Mas eu sou mais bonita do que ela.” “Mas eu sou mais velha do que ela.” “Mas eu o conheço a mais tempo.” “ Mas eu combino muito mais com ele.”
Chega de mas, mas. Não é correto se intrometer entre um amor. Muito menos quando este casal já estiver formado: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” (Êxodo 20.17) Aqui também vale as roupas, os sapatos e principalmente os namorados das suas amigas.
       Eu não sei que parcela de culpa Léia teve nesse triângulo amoroso em que viveu com sua própria irmã. Eu não sei se alguma vez ela foi realmente feliz ou se teve que pagar por isto o resto da sua vida. Ela pode até não ter sido a mentora desse crime que seu pai cometeu contra Jacó. Mas ela poderia não ter ficado calada. Teria se poupado de muita dor de cabeça.
       Então, amiga, se você fosse Léia, eu te aconselharia a gritar bem alto:
       _ Alô, rapaz! Antes que seja tarde para nós dois, preciso te avisar uma coisa: Você está com a garota errada!


Rose Amaral

Junho de 2014

E se você fosse... Ismael



E se você fosse... Ismael


“Então se levantou Abraão de manhã cedo e, tomando pão e um odre de água, os deu a Agar, pondo-os sobre o ombro dela; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu e foi andando errante pelo deserto de Beer-Seba.” (Gênesis 21.14)
Ei! Espera aí! É isso mesmo que eu estou vendo? Eu estou sendo mandado embora de casa, junto com a minha mãe, apenas com pão e água? Isso só pode ser brincadeira. O meu pai é tão rico! Ele gosta tanto de mim (“Pareceu isto bem duro aos olhos de Abraão, por causa de seu filho”. Gn 21.11).
Eu não acredito que ele vai me deixar partir. Isso é coisa da Senhora. É ela quem quer que eu vá embora! (“Pelo que disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não será herdeiro com meu filho, com Isaque”. Gn 21.10)
       Será que ele vai deixar que eu vá embora mesmo? Não! Acho que o meu pai só está fazendo isso para testar a Senhora. Eu sei que na hora em que eu começar a partir ele vai pedir pra que eu fique!
Estou indo, pai! É sua última chance. Estou indo agora! Você vai permitir? Pai, você não me ama mais? Só gosta do outro filho? Lembra quando éramos só nos dois? Você parecia me amar tanto!                                        Será que ele vai pedir pra eu ficar? Será que ele vai pedir pra eu volta?. Será que ele vem me buscar? Mãe, só somos eu e você agora!
       Será que esses foram os pensamentos de Ismael? Será que ele verbalizou alguns deles? O que você faria se estivesse no lugar dele?
Você choraria? Eu sim. Sentiria-se injustiçado? Eu também. Por que teve que ser assim? Por que algumas pessoas tem que pagar pelos erros dos outros?
       Não sabemos os caminhos de Deus. Nem muito menos porque temos que passar por provações neste mundo.
       Pense em Ismael, ainda tão jovem, caminhando com sua mãe, sentindo-se abandonado por seu pai. Talvez Abraão fosse a pessoa que mais Ismael admirasse. E agora ele estava sozinho. Às vezes nos sentimos sozinhos, desprezados, preteridos, deixados para trás.
       Um sentimento de derrota aparece e tudo o que se quer é ficar deitado no escuro. Talvez esse fosse o sentimento de Ismael naquela hora. E quando tudo está tão ruim e ainda piora?


“E consumida a água do odre, Agar deitou o menino debaixo de um dos arbustos,e foi assentar-se em frente dele, a boa distância, como a de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. Assim sentada em frente dele, levantou a sua voz e chorou.” (Gênesis 21.15-16)
Agora o jeito é morrer! Meu pai me deixou. Estou cansado, com calor. Com tanta sede e a água acabou! Era só o que me faltava!
Será que ele pensou assim? Será que pensou que ia morrer? Será que pensou que este era seu fim?
“Mas Deus ouviu a voz do menino; e o anjo de Deus, bradando a Agar desde o céu, disse-lhe: Que tens, Agar? não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está.Ergue-te, levanta o menino e toma-o pela mão, porque dele farei uma grande nação.E abriu-lhe Deus os olhos, e ela viu um poço; e foi encher de água o odre e deu de beber ao menino.Deus estava com o menino, que cresceu e, morando no deserto, tornou-se flecheiro.” (Gênesis 21.17-20)
       Deus ouviu a voz de Ismael. Deus estava com ele quando seu pai o deixou. Você pode não entender porque Deus permitiu a Abraão mandar Ismael embora (“Deus, porém, disse a Abraão: Não pareça isso duro aos teus olhos por causa do moço e por causa da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência.” Gênesis 21.12)
Deus faz coisas que não entendemos ou não conseguimos explicar. Deus enxerga lá na frente. E se Isaque e Ismael crescessem como inimigos? E se alguma coisa muito ruim acontecesse entre os dois? Nós não sabemos, mas Deus sabe!
Quando Abraão não era mais com Ismael, Deus continuava com ele. (“Deus estava com o menino”. Gênesis 21.20a) Quando ninguém mais estiver com você, lembre-se que Deus estará!
Ismael cresceu e Isaque também. Eu não sei como foi a vida dos dois. Se eles se falavam ou não. Será que convidavam um ao outro para a festa de aniversário dos filhos? Será quee Ismael visitava Abraão ou se  Isaque e Ismael faziam um churrasco juntos e conversavam nas tardes de domingo? O que eu sei é que talvez eles mantivessem algum contato. Duas passagens na Bíblia sugerem isso: “E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e cheio de dias; e foi congregado ao seu povo. Então Isaque e Ismael, seus filhos, o sepultaram na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o heteu, que estava em frente de Manre.” (Gênesis 25.8-9)  “Vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque seu pai,foi-se Esaú a Ismael e, além das mulheres que já tinha, tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nebaiote” (Gênesis 25.8-9)
É, parece que no final deu tudo certo.  Já ouvi a seguinte frase: “Tudo dá certo no final. Se não deu certo, é porque ainda não chegou o final.”
E se você fosse Ismael? Eu pediria pra você esperar o final.


Rose Amaral

Junho de 2014

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