E se você fosse... Esaú?
E
se você fosse... Esaú?
Lá vem ele de novo. Por que ele não
larga do meu pé? Mas ele já nasceu literalmente assim. “Depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; pelo
que foi chamado Jacó.” (Gênesis 25.26 a)
Ele sempre quer tudo o que eu tenho. Sempre
foi assim. “E os filhos lutavam no ventre
dela; então ela disse:
_ Por
que estou eu assim?
E foi
consultar ao Senhor.
Respondeu-lhe
o Senhor:
_ Duas
nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um
povo será mais forte do que o outro povo, e o mais velho servirá ao mais moço.” (Gênesis 25.22-23)
Talvez esses tenham sido os pensamentos de
Esaú. No entanto, deve ser bem difícil ter que dividir tudo o tempo todo.
Irmãos gêmeos são assim. Se este é o seu caso, você deve saber bem do que eu
estou falando. No caso de gêmeos univitelinos, ainda tem que dividir a mesma
aparência. Pense como deve ser difícil ficar o tempo todo tendo que provar que
você é você mesmo, até para os seus pais.
Garanto que não deve ser nada fácil ter que
ficar a vida toda tendo que lidar com a desconfiança dos outros. “É você mesmo?”. “Ontem te vi na rua, era
você ou o seu irmão?” “Já te dei! Ah, não dei? Era o seu irmão? Era o seu irmão
mesmo ou era você?” Acho que é quase uma tortura ter que ser alvo de tanta
desconfiança. No caso de Esaú e Jacó, não havia este agravante. “Respondeu, porém, Jacó a Rebeca, sua mãe:
Eis que Esaú, meu irmão, é peludo, e eu sou liso.” (Gênesis 25.22-23). Mas
nem por isso as coisas eram fáceis para eles.
Se você já teve um bebê em casa, sabe o
quanto eles dão trabalho. Eles choram o tempo todo, precisam de muitos cuidados
e tudo se torna muito mais difícil quando são dois de uma vez só.
Deve ter sido assim o tempo todo com os dois.
E parece que os pais de Esaú e Jacó apresentaram uma falha, eles mostravam
claramente a preferência que tinham. “Isaque
amava a Esaú, porque comia da sua caça; mas Rebeca amava a Jacó.” (Gênesis
25.28).
“OK!
Tudo bem. Se ele é o Menininho da Mamãe, eu sou o Campeão do Papai. Eu sou
forte. Eu sou mais eu. Ele tem que amargar o fato de que sou o mais velho. Fui
eu que nasci primeiro.” Será que foram estes os pensamentos de Esaú?
Pense
agora em Esaú, o Campeão do Papai, correndo pelos campos. Pense no orgulho que
Esaú deu ao seu pai quando trouxe para casa a sua primeira caça. “Cresceram os meninos; e Esaú tornou-se
perito caçador, homem do campo.”(Gênesis 25.27a).
Ele era o maioral. Tudo o que ela fazia o
papai aplaudia. Ele era o mais velho e ficaria com a maior parte da herança. O
que Esaú queria mais da vida? Seu bolso já estava garantido.
O problema era que... Quando se tem tudo de
mão beijada, não se costuma dar o verdadeiro valor.
“Jacó
havia feito um guisado, quando Esaú chegou do campo, muito cansado.
E disse
Esaú a Jacó:
_Deixa-me,
peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou muito cansado.
Por
isso se chamou Edom.
Respondeu
Jacó:
_Vende-me
primeiro o teu direito de primogenitura.
Então
replicou Esaú:
_ Eis
que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de
primogenitura?
Ao que
disse Jacó:
_ Jura-me
primeiro.
Jurou-lhe,
pois; e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. Jacó deu a Esaú pão e o
guisado e lentilhas; e ele comeu e bebeu; e, levantando-se, seguiu seu caminho.
Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.” (Gênesis 25.29-34).
Foi isso mesmo?! Esaú vendeu toda a sua
herança por um prato de lentilhas?! Isso só pode ser brincadeira! Mas não é. E
você sabia que muitas pessoas fazem a mesma coisa? Elas trocam a sua herança
nos Céus, que nos foi dada por Jesus, por pequenas coisas aqui da Terra. E foi
isso que Esaú fez, ele “desprezou a sua
primogenitura.” (Gênesis 25.34.c).
Vendeu barato, não vendeu? Mas vendeu. E
ponto final. Trato é trato. Não adianta encher a barriga e depois fingir que
nada aconteceu. Esaú não tinha mais direito à primogenitura.
Algum tempo depois...
“Quando
Isaque já estava velho, e se lhe enfraqueciam os olhos, de maneira que não
podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe:
_ Meu
filho!
Ele lhe
respondeu:
_ Eis-me
aqui!
Disse-lhe
o pai:
_ Eis que agora estou velho, e não sei o dia da
minha morte; toma, pois, as tuas armas, a tua aljava e o teu arco; e sai ao
campo, e apanha para mim alguma caça; e faze-me um guisado saboroso, como eu
gosto, e traze-me, para que eu coma; a fim de que a minha alma te abençoe,
antes que morra.
Ora,
Rebeca estava escutando quando Isaque falou a Esaú, seu filho. Saiu, pois, Esaú
ao campo para apanhar caça e trazê-la” (Gênesis27.1-5).
E prontamente ele correu para buscar a caça e
então receber uma bênção de seu pai. Mas Rebeca escutou tudo e convenceu Jacó a
enganar o pai, tomando o lugar de Esaú.
“Tão
logo Isaque acabara de abençoar a Jacó, e este saíra da presença de seu pai,
chegou da caça Esaú, seu irmão;e fez também ele um guisado saboroso e,
trazendo-o a seu pai, disse-lhe:
_ Levanta-te,
meu pai, e come da caça de teu filho, para que a tua alma me abençoe.
Perguntou-lhe
Isaque, seu pai:
_ Quem
és tu?
Respondeu
ele:
_ Eu
sou teu filho, o teu primogênito, Esaú.
Então
estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse:
_ Quem,
pois, é aquele que apanhou caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu
viesses, e abençoei-o, e ele será bendito.
Esaú,
ao ouvir as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse
a seu pai:
_ Abençoa-me
também a mim, meu pai!
Respondeu
Isaque:
_ Veio
teu irmão e com sutileza tomou a tua bênção.
Disse
Esaú:
_ Não
se chama ele com razão Jacó, visto que já por duas vezes me enganou? Tirou-me o
direito de primogenitura, e eis que agora me tirou a bênção.
E
perguntou:
_ Não
reservaste uma bênção para mim?” (Gênesis27.30-36)
Ah! Então ele lembrou que a primogenitura não
era mais dele. Foi enganado como? Tudo o que Jacó fez foi cobrar um preço
exorbitante por uma coisa de nada. Acho que Esaú não estava levando a coisa a
sério, mas Jacó estava.
Palavras em vão sempre são perigosas. A
Bíblia diz:
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disso é de
procedência maligna.” (Mateus
5.37)
Cuidado com as brincadeiras e
as meias verdades. Elas são tão perigosas quanto à mentira. E nós sabemos que o
pai da mentira é o diabo. (João 8.44c)
O que aconteceu por Esaú
desprezar, tratando com descaso a sua primogenitura? Ele perdeu a sua bênção. Agora, o Campeão do Papai
teria que viver por si mesmo.
A Bíblia fala sobre pessoas que receberam o
dom de Deus e acabaram enterrando em uma parábola que Jesus contou:
“Veio em seguida o que recebera apenas um talento e disse:
_ Senhor, sei que és severo, que ceifas onde não semeaste e
colhes de onde nada puseste, por isso, como tive medo de ti, escondi o teu
talento na terra; eis, aqui tens o que é teu.
O homem, porém, lhe respondeu:
_ Servidor mau e
preguiçoso, se sabias que ceifo onde não semeei e que colho onde nada pus,
devias pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, regressando,
eu retirasse com juros o que me pertence.
E prosseguiu:
_Tirem-lhe, pois, o talento que está com ele e dêem-no ao que
tem dez talentos, porquanto, dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão
cumulados de bens. Quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que
pareça ter; e seja esse servidor inútil lançado nas trevas exteriores, onde
haverá prantos e ranger de dentes".
(Mateus 25.24-30)
Esaú não prestou atenção na grande bênção que
tinha nas mãos. Achava que estava a salvo porque sempre teria o papai por perto
para resolver tudo. Mas não desta vez.
Se você fosse Esaú eu te daria um conselho:
Não despreze as bênçãos que o seu Pai do Céu te deu.
Rose
Amaral
Junho
de 2014
O Livro de Êxodo
Êxodo
O Livro
de Êxodo fala de redenção, a própria palavra Êxodo quer dizer saída.
Assim como Gênesis é o livro dos
começos, Êxodo é o livro da redenção. O livramento dos israelitas oprimidos do
Egito é tipo de toda a redenção. (I Coríntios 10:11).
A severidade da escravidão no
Egito (tipo do mundo) e Faraó (um tipo de Satanás) Exigiam por assim dizer, a
preparação do libertador Moisés (2:1-4:31), um tipo de Cristo.
A luta com o opressor (5:1-11:10)
culmina com a partida (grego, êxodo ou saída) dos hebreus do Egito. São remidos
pelo sangue do cordeiro pascoal (12:1-28) e pelo poder de Deus manifestado na
travessia do mar Vermelho (13:1-14:31).
A experiência da redenção,
festejada mediante o cântico triunfal dos redimidos (15:1-21), é seguida pela
prova que têm de enfrentar no deserto (15:22-18:27).
No monte Sinai a nação redimida
aceita a lei (19:1-31:18). O não depender da graça conduz a infração e à
condenação (32:1-34:35). Contudo, triunfa a graça de Deus ao ser dado ao povo o
tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios, mediante os quais o povo redimido
podia adorar o Redentor e ter comunhão com ele (36:1-40:38).
Embora o livro de Êxodo não
declare em nenhum lugar que Moisés fosse seu autor, toda a lei abrangida pelo
Pentatêuco, que compreende principalmente a parte que se estende desde Êxodo 20
e atravessa o livro de Deuteronômio, declara mediante termos positivos e
explícitos seu caráter mosáico.
Afirma-se que Moisés é o escritor
do livro do pacto (capítulos 20 a 23) que abrange os dez mandamentos bem como os
juízos e as ordenanças que os acompanham (24:4, 7). Afirma-se que o assim
chamado código sacerdotal, que se ocupa do ritual do tabernáculo e do
sacerdócio que figura no restante do livro do Êxodo (exceto os capítulos 32 a
34), foram dados diretamente por Deus a Moisés (25:1, 23, 31; 26:1, e assim por
diante).
O levantamento do tabernáculo
apresenta-se como um trabalho "segundo o Senhor havia
ordenado..."Tanto esta terminologia como outras semelhantes aparecem
muitas vezes nos capítulos 39 e 40.
A paternidade literária mosaica é
igualmente ressaltada numa destacada seção narrativa: a vitória de Israel sobre
Amaleque (17:4). Em uma referência tomada do capítulo 3 do Êxodo, o Senhor
Jesus denomina o Pentateuco em geral e o Êxodo em particular, "o livro de Moisés"
(Marcos 12:26).
A atual exegese conservadora, bem
como a tradição, sempre afirmaram que Moisés é o autor. As teorias de alguns
críticos não nos oferecem substitutivo adequado para a autenticidade mosaica.
Fonte:
Merrill F. Unger , Doutor em Filosofia e Letras
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