REPRESENTAÇÃO DE NATAL

PERSONAGENS:

SARA
RAQUEL
MARIA
JOSÉ


CENÁRIO:
 Estalagem tosca. Uma mesa e duas cadeiras no centro.

1º ATO      

                        (Sara, que está grávida, aparece sentada na mesa, descascando legumes.
                        Entra Raquel).

RAQUEL  _  Desculpe o atraso, mana. Tive que preparar alimento para Abel. Esta noite ele passará com as ovelhas. Tem muito movimento?

SARA  _  A estalagem está muito cheia.

RAQUEL  _  Onde está Judá?

SARA  _  No celeiro, fazendo o bercinho do bebê.

RAQUEL  _  Que gracinha! Ah, eu quero ver!

SARA  _  Deixe de criancice e venha me ajudar, que eu tenho muito serviço a fazer.

                      ( Raquel mostra-se decepcionada e vai para mesa ajudar a irmã. Logo em seguida, José aparece batendo palmas).

JOSÉ  _  Ô, de casa!

RAQUEL  _ Entre.
                   
           ( Entram José e Maria. Ela está em adiantado estado de gravidez. Os dois parecem cansados).

JOSÉ  _  A paz seja com vocês.

RAQUEL E SARA  _  A paz.

JOSÉ  _  Precisamos de um quarto. Minha esposa está grávida e cansada da viagem. Passamos por várias estalagens, mas não encontramos lugar.
                   
                       ( Sara faz cara de poucos amigos).

SARA  _  Infelizmente, também não temos lugar.

RAQUEL  _  Sara, não podemos dar um jeito?

SARA  _  Cale-se, Raquel! Já disse que não temos lugar.

JOSÉ  _  Senhora, nós temos dinheiro, podemos pagar.

SARA  _  Sinto muito, Senhor.

                       ( O casal mostra-se desanimado).

JOSÉ  _  Vamos, Maria.

                        (Maria vira-se para as mulheres).

MARIA  _  Podem me arranjar um pouco de água?

RAQUEL  _  Claro!  _  Pega a água e dá para Maria.  _ Também temos pão, se quiserem.

SARA  _  A água é de graça, mas o pão vai custar dinheiro.

MARIA  _  Não, obrigada. Eu trouxe de casa.


                       ( Termina de beber a água e entrega o copo à Raquel).

MARIA  _ Obrigada. Que Deus a abençoe.  _ Vira-se para José  _  Vamos?

                       (Os dois se retiram cabisbaixos).

RAQUEL  _  Você sabe que poderíamos ter dado um jeito.

SARA  _  Todos os quartos estão tomados.

RAQUEL  _  Poderíamos arrumar o quarto dos fundos. É melhor do que nada. Está grávida, a pobrezinha.

SARA  _    Grávida eu também estou e gravidez não é doença. Além do mais, viu o tamanho daquela barriga? A última coisa que gostaria nesta noite era ter que ajudar a fazer um parto.


                       ( As duas  voltam ao serviço).

SARA  _  Vai ficar com esta cara?

RAQUEL  _  Cara de quê?


                       ( Sara impacienta-se. Levanta-se e empurra os legumes de lado).

SARA  _   Chega de serviço por hoje!

RAQUEL  _  Mas nem começamos.

SARA  _  Estou muito cansada. Vou dormir. Vai passar a noite aqui?

RAQUEL  _  Não.

SARA  _  Encoste a porta quando sair. Deixe que Judá irá trancá-la.



                        (As duas saem por caminhos diferentes, de modo que se dê o sentido de que Sara está entrando e Raquel saindo).

2º ATO

                       ( Raquel entra eufórica).

RAQUEL  _  Sara, Sara!

SARA  _  O que foi?

RAQUEL  _  Não sabe o que aconteceu.  Quando Abel chegou, hoje cedo, contou que ele e os demais pastores foram visitados por um anjo que desceu do céu.

SARA  _  Um anjo?!

RAQUEL  _  Isso mesmo! E na mesma hora apareceu um grande clarão. Abel e os outros ficaram morrendo de medo, mas o anjo falou que era para eles não terem medo porque ele trazia uma notícia que ia dar grande alegria.

SARA  _  O que foi?

RAQUEL  _  Ele disse que naquele dia tinha nascido, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

SARA  _  Não diga!

RAQUEL  _  E o anjo ainda deu um sinal. Ele disse que  eles achariam  um menino envolto em panos deitado em uma manjedoura.

SARA  _  O Messias em uma manjedoura?!

RAQUEL  _  Isso! E de repente apareceu, com o anjo, uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! Quando o anjo foi embora, Abel chamou os pastores para ir, correndo, até Belém, ver isso que o Senhor os fez saber. Chegando lá, acharam os pais e o menino deitado numa manjedoura. Tudo igualzinho ao que o anjo disse.

SARA  _  Estou até arrepiada!

RAQUEL  _   Agora se segura para não cair pra trás, Sara! Quando eu ouvi esta história de Abel, também quis ver o bebezinho. Quando cheguei lá, qual não foi a minha surpresa. Os pais do bebê eram aqueles dois que estiveram aqui a noite passada.

SARA _  Você não vai me dizer que aquele casal tão humilde...  meu Deus! O Salvador poderia ter nascido em minha casa! Raquel, que coisa horrível! Eu neguei abrigo ao Salvador. Onde Ele está? Estou tão arrependida, quero lhe pedir perdão. Você me leva lá?

RAQUEL   _  Claro! Ele é tão fofinho! Podemos lhe levar um presente. A mãe é muito simples. Garanto que vai gostar.

SARA  _  Vamos depressa, Raquel.
(Sara apanha uma trouxinha com dinheiro e  as duas saem apressadamente).



FIM


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